O que é inteligência artificial?
Talvez a grande maioria dos leitores não saiba responder a essa pergunta. Porém, o impressionante é que, segundo dados da IBM, mais de um terço dos brasileiros já interagiu com a sua plataforma inteligente chamada Watson; ou se possui um iPhone ou um celular Android, com certeza, já falou com a Siri ou com o Google Assistence.
O homem, historicamente, busca descobrir novos produtos, métodos ou serviços que facilitem a sua subsistência, como aconteceu com o fogo, a roda, a eletricidade, o telefone, o computador, a internet e, mais recentemente, com a inteligência artificial.
O mundo todo está atento à velocidade com que vêm se desenvolvendo as plataformas de inteligência artificial, principalmente, as formas com que vêm substituindo as atividades outrora desenvolvidas, necessariamente, por um humano, como se pode citar o serviço de telemarketing, celebração de contratos de seguro, carros guiados sem motoristas e, até mesmo, leituras precisas de exames e diagnóstico de câncer.
No campo do Direito, a inteligência artificial é uma realidade. Máquinas já fazem petição, analisam jurisprudências e leis para que advogados não tenham que gastar tempo com essas atividades, permitindo soluções rápidas aos casos concretos. O Supremo Tribunal Federal – STF, de forma disruptiva, já lançou a sua ferramenta de inteligência artificial, que batizou de Victor, o qual executa a leitura simultânea de milhares de recursos extraordinários que lhes são apresentados e vincula aos temas de repercussão geral, possibilitando a entrega de um serviço mais ágil ao jurisdicionado, mitigando a principal crítica sofrida pelo Poder Judiciário, qual seja: a lentidão da prestação jurisdicional.
É certo que essa nova ferramenta tecnológica, que permite a máquina executar diversas tarefas e interagir com o homem, traz inúmeros benefícios à sociedade, contudo, não se pode perder de vista que tal invenção pode gerar uma grande crise no mercado laboral, pois, sem dúvida, será responsável pelo desaparecimento de vários postos tradicionais de trabalho, devendo a atenção ser redobrada no avanço das novas tecnologias.
Respondendo de forma objetiva à pergunta inicial formulada, inteligência artificial é a humanização das máquinas, através da inserção de dados repetitivos, que permitam compreender e formar um raciocínio lógico a respeito de determinado assunto, permitindo uma interação direta com o homem, de modo a apresentar-lhe soluções rápidas a respeito de situações complexas.
Como se vê, o futuro chegou e a inteligência artificial já é uma realidade. Muito embora ainda represente um tema bastante complexo e ambíguo, que deve ser analisado com cuidado pela sociedade em geral, pois apresenta, ao mesmo tempo, pontos favoráveis e desfavoráveis, restando, ao público em geral, aguardar os rumos da evolução tecnológica e torcer que seja guiada precipuamente pela boa-fé e, realmente, ajude a melhorar o bem-estar do homem.
ÉZIO AMARAL
ADVOGADO
ESPECIALISTA EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL
MESTRANDO EM DIREITO, JUSTIÇA E DESENVOLVIMENTO